Projeto Chapecó 2030 - Cultura
Introdução
Santa Catarina é o segundo estado com a maior diversidade cultural do país, segundo o IBGE, mas historicamente a política cultural tem sido administrada a partir da predominância da visão litorânea, da capital e colonizadora, negligenciando as demais regiões e a cultura dos povos indígenas. Para superar essas distorções o Plano Estadual de Cultura, com base no Plano Nacional do Ministério da Cultura, com influência na formulação dos Planos Municipais vêm trabalhando um novo Sistema de Cultura a partir da diversidade e das diferentes dinâmicas e manifestações.
Em Chapecó o primeiro documento de política cultural é de 1980. Seguindo a tendência nacional, em 2009 foi realizada a segunda Conferência Municipal com deliberações para a Conferência Estadual de 2009 e para a Conferência Nacional de 2010. Em sequência foi encaminhada a formação do Sistema Municipal e do Conselho Municipal de Cultura, possibilitando o Acordo de Adesão ao Sistema Nacional de Cultura em 2011. Implantado os elementos institucionais cabe agora a sua implementação, mediante planejamento e gestão da política cultural do município.
Síntese do Diagnóstico
Demandas Reprimidas:
Todas essas condicionantes tem gerado demandas que já deveriam ter sido encaminhadas, com a necessidade de instrumentalizar o palco do teatro municipal, adequar salas e equipamentos públicos para espetáculos de médio porte, definir e implementar novos espaços culturais em diferentes regiões do município.
Da mesma forma, apresentar, discutir e instituir uma lei municipal de incentivo à cultura, uma política de educação cultural – articulação, formação e pesquisa –, desenvolver a multisetorialidade entre linguagens artísticas e um programa de capacitação de professores em ações culturais. E por fim, investir para transformar Chapecó num centro de referencia e excelência em informação cultural.
Fragilidades:
Chapecó apresenta várias fragilidades que precisam ser superadas, como o espaço reduzido para espetáculos intimistas no anfiteatro do Centro de Cultura e Eventos, assim como as condições de acesso aos espetáculos com maior estrutura e equipamentos específicos e qualificados para as atividades culturais. Há também uma falta significativa de profissionais com formação, de condições de acesso à pesquisa e de cursos superiores locais nas áreas de linguagens artísticas assim como de articulação da problemática da cultura brasileira nas escolas visando à produção de plateia e novos referenciais criativos.
Pouca valorização e apoio financeiro aos artistas locais que não têm oportunidades e locais adequados e acessíveis para desenvolver e mostrar seus trabalhos. O que existe é uma valorização de movimentos culturais de massa, principalmente a gaúcha e televisiva, em detrimento da cultura local. Registra-se também a falta de eventos que dêem visibilidades em nível nacional para os aspectos culturais existentes em Chapecó.
E por fim, há grande ineficiência na gestão de recursos federais e estaduais que não chegam até os municípios, uma legislação estadual que não valoriza as licenciaturas para atuação docente e não considera que a arte da música contribui para a formação do ser humano quando deveria fazer parte do ensino regular. Os cargos da gestão cultural são cargos de confiança, o que limita a autonomia do gestor.
Potencialidades:
Por ser uma área, até então pouco visível em termos de política pública, surge agora uma realidade que potencializa esse setor, mediante a existência de inúmeros profissionais qualificados em diferentes especialidades. A existência de um grande número de prédios históricos que podem fazer parte da política de tombamento. Manifestações culturais como da rota italiana, de festas étnicas como do imigrante que valoriza a participação em eventos populares. A disponibilidade da sociedade civil na construção da identidade e nas produções culturais do município, e na criação de várias associações como: amigos da orquestra, dos museus, dos escritores, dos artistas plásticos, da dança entre outras.
Contribuiu para o fortalecimento dessa política a construção do Centro de Cultura e Eventos como espaço apropriado para a cultura; A existência da Fundação Cultural como órgão promotor, executor e apoiador. A possibilidade de apoio técnico e financeiro aos projetos que desempenham o ensino da música instrumental que tem contribuído para a criação de grupos como big band, duetos, tercetos, orquestras e por fim a Política Nacional da Cultura que pode servir de parâmetro para a elaboração de uma Política Municipal.
Projetos Inovadores
- Política de Editais:
- Ocupações de espaços públicos;
- Fomento, produção e circulação.
- Núcleo de formação, elaboração, articulação e negociação de projetos.
- Programa de cultura cinematográfica nas escolas;
- Criar e consolidar sistema municipal de museus;
- Incentivo a pesquisa, difusão, restauração, preservação – museológica, arqueológica, tecnológica, histórica e artística;
- Bases institucionais para dimensão imaterial;
- Sistema municipal de arquivística;
- Projeto de locação de monumentos;
- Banco de dados da pesquisa e da memória artística;
- Sistema municipal de bibliotecas;
- Programa municipal de literatura, livro e leitura;
- Eventos Culturais de referência nacional;
- Programa de pesquisa, produção e difusão do artesanato;
- Promoção integral das diversas culturas;
Indicação de Prioridades
- Organizar e implantar um plano de gestão baseado no Plano Municipal de Cultura;
- Incentivo a pesquisa, difusão, restauração, preservação – museológica, arqueológica, tecnológica, histórica e artística;
- Eventos Culturais de referência nacional e internacional (Fronteira Sul);
Indicadores
- Índice de Atividade Cultural do município de Chapecó;
- Índices de turismo cultural no município;
- Número de linguagens em atividade na cidade;
- Quantidade de estrutura física disponível;
- Número de profissionais envolvidos;
- Aumento do número de associações culturais nas diversas linguagens;
- Número de modalidades em atividade na cidade;
- Número de entidades promotoras de ações no segmento;
- Qualidade da gestão de pessoas;
- Existência do plano de cargos e salários;
- Capacidade de arrecadação e investimento em Cultura per capita.