Economia

Projeto Chapecó 2030 - Economia

Introdução

Chapecó polariza uma região de 118 municípios, representando uma população total de 1.170 milhões de habitantes, correspondendo a cerca de 20% da economia catarinense, tendo como setor líder a agropecuária. Para 61% destes municípios este setor corresponde a mais da metade de seu PIB.

O município de Chapecó, o sexto município mais populoso do Estado, com cerca de 183.560 mil habitantes (IBGE, 2010), possuía em 2007, o sexto maior PIB de Santa Catarina: 4% da agricultura, 41% da indústria, 48% dos serviços e 7% setor público, mas apenas a 30ª maior renda per capita do Estado.

O desenvolvimento de Chapecó começa a se definir a partir da estratégia de ocupação territorial.

A partir de 1917, junto com as companhias colonizadoras tem início o primeiro ciclo econômico (WERLANG, 2002) representado pela extração da madeira e da erva-mate. Este ciclo perdurou, sobretudo entre as décadas de 1920 a 1950.

Entre 1930 e 1940, com as madeireiras, inicia-se e aprofunda-se o processo de desmatamento.

Passado o ciclo da madeira (a partir da década de 1950), a pecuária e a agricultura passaram a ocupar as terras, cuja madeira havia sido retirada. Criam-se as condições para o surgimento das agroindústrias. Nasce a Sociedade Anônima Indústria e Comércio Chapecó (SAIC), conhecida como Frigorífico Chapecó, em 1955, e o frigorífico Indústria e Comércio Marafon Ltda., atual Cooperativa Central Oeste Catarinense (Aurora), em 1956.

A agroindústria se consolida e ganha grande impulso em Chapecó na década de 1970. Neste período instala-se o frigorífico da Sadia, que contou com intensa mobilização da sociedade.

Em 1963 foi criada pelo governo estadual a Secretaria de Estado dos Negócios do Oeste, com o propósito de promover o crescimento de Chapecó e seu entorno, permitindo grandes investimentos na região em infraestrutura de estradas, pontes, energia elétrica.

No período de florescimento, expansão e consolidação da agroindústria de carnes, com seu modelo de integração, que incluiu apenas parcela restrita de produtores, avançou o modelo cooperativista, mais abrangente.

O crescimento e expansão das agroindústrias fez delas, junto com a agricultura a base econômica de Chapecó e Região. Na esteira delas veio o setor metalmecânico, hoje já com fôlego próprio.

Atualmente, o cluster de carnes de suínos e aves é um dos mais desenvolvidos e mais competitivos em nível mundial, com produtos nos principais mercados consumidores internacionais. Mas há ameaças, como as que envolvem questões ambientais, de sanidade, de competitividade em escala mundial, de carências de insumos, de fragilidades da logística, de crises econômicas mundiais. E isto sugere risco para Chapecó e Região.

Diante da inclusão limitada de produtores e das crises do setor de carnes, uma alternativa de renda para o pequeno produtor começou a se estruturar, na década de 1990. A produção de leite.

A indústria de leite é um setor produtivo em franca expansão em Chapecó e Região, com importantes efeitos multiplicadores sobre toda a economia regional e, consequentemente, sobre a própria economia de Chapecó.

Apesar de sermos ainda muito dependentes do setor agroindustrial, outros setores, como é o caso do setor metalmecânico, já possuem uma autonomia relativa das agroindústrias de Chapecó e Região, pois produzem produtos e equipamentos para outras regiões do País e para a exportação. Já o setor moveleiro, que possui importante potencial de desenvolvimento e com características desejáveis, enfrenta alguns gargalos importantes para seu desenvolvimento.

Outros setores, demandados ou não pelo setor agroindustrial, mercê de fatores demográficos, culturais, econômicos, sociais e outros floresceram na nossa economia, criando embriões para uma matriz diversificada. Uns já mais visíveis, outros menos.

Exemplo disto é o setor de serviços, muito associado ao conhecimento que traz as áreas de educação e saúde como áreas basilares do desenvolvimento de muitas novas oportunidades de emprego e renda. Neste particular, as oportunidades do Ensino Superior, seja na formação de pessoas, seja, no desenvolvimento da pesquisa, se constitui num grande pilar de sustentação para a nova economia que se vislumbra para o futuro.

Nesta mesma esteira a produção de software e toda a área das novas tecnologias representa um potencial que poderá ser significativo, como também serviços especializados ligados ao desenvolvimento de novos produtos poderão ser marca para Chapecó e Região enquanto alicerces do seu desenvolvimento.

Com as bases já estabelecidas da nossa economia em todo o seu processo histórico de desenvolvimento, com os potencias existentes para o desenvolvimento de novas oportunidades de emprego e renda, com o enfrentamento dos gargalos de logística, com a adoção de uma nova visão de valorização do capital humano das empresas, seremos capazes de estabelecer um crescimento econômico sustentável e socialmente justo.

Síntese do Diagnóstico

Demandas Reprimidas:

Há um descompasso entre as necessidades do desenvolvimento econômico e social e as necessidades infraestruturais. Esse descompasso reflete-se em várias demandas reprimidas que precisam ser atendidas. Existem profundas carências de investimentos na infraestrutura logística, rodoviária e ferroviária, tecnologias em redes de comunicação e dados. O aeroporto precisa de ampliação. Há necessidade de consolidação de um anel viário no entorno da cidade com a construção dos contornos leste e oeste. O turismo de negócios e os diferentes setores econômicos necessitam de um novo parque de exposições e eventos. A cidade está carente de um amplo projeto de gestão urbana envolvendo mobilidade e transporte coletivo e novos distritos industriais, uso e ocupação do solo, saneamento básico (água, esgoto e lixo), áreas verdes e parques públicos para buscar sustentabilidade.

Fragilidades:

Chapecó tem apresentado debilidades na logística por falta de investimentos, visão estratégica, articulação política, agravado pelo fato de estar distante dos grandes centros. Além de deficiência no fornecimento de água para a indústria, agricultura e consumo urbano e uma degradação crescente do meio ambiente. Apresenta uma baixa renda per capita na cidade e no campo, em média 30% menor se comparada com outras regiões do Estado e um baixo valor agregado dos produtos da agroindústria, o que tem gerado fuga de população produtiva para outros centros e uma migração intrarregional para Chapecó.

Potencialidades:

Chapecó e sua região de abrangência têm sua economia baseada no complexo agroalimentar de carnes de suínos a partir da década de 1950 e de aves (frango e peru) a partir da década de 1970, graças ao grande potencial produtivo da agricultura familiar. A partir da década de 1990 se fortalece o complexo lácteo e a agroindústria familiar rural. Na diversificação econômica despontam os setores da indústria de máquinas e equipamentos do complexo metal-mecânico, juntamente com a indústria moveleira, de software, de serviços, com destaque para a educação e a saúde e de comércio.

A essas potencialidades soma-se a competência tecnológica e a mão de obra qualificada, o crescente número de Instituições de Ensino Superior Público, Comunitárias, inúmeras particulares, além de Instituto Federal e Sistema “S” que fortalecem cada vez mais o conhecimento, a pesquisa e a inovação. Além disso, é importante destacar o capital social voltado à cultura do trabalho, o espírito cooperativista bem difundido e o surgimento de vários Arranjos Produtivos Locais (APL).

O turismo de negócios, com feiras e eventos, está consolidado, dependendo de nova infraestrutura para o seu crescimento.

Sua posição estratégica em relação ao Mercosul, se devidamente explorada, poderá trazer grandes benefícios.

Projetos Inovadores

  • Fundo para o desenvolvimento da pesquisa e da inovação (envolvendo setor produtivo e Universidades);
  • Produtos e serviços nas áreas de software, meio ambiente e energias renováveis (produtos sustentáveis, biocombustíveis);
  • Produção de alimentos com alto valor agregado (zonas de compartimento);
  • Parque Tecnológico (Universidades e Empresas);
  • Arranjo Produtivo Local (APL).
  • Implantação de um portal para divulgação dos produtos (marca de Chapecó), desde os da agricultura familiar aos da inovação, além de agregar outras finalidades.
  • Criar nova política de incentivo público focada no desenvolvimento sustentável da nova matriz econômica.

Indicação de Prioridades

  • Investir na Infraestrutura e na valorização dos Serviços Especializados (vender uma imagem positiva do setor);
  • Criar um Conselho Municipal de Inovação;
  • Identificar os Vetores de Crescimento da Matriz Produtiva;
  • Elaborar Políticas de Desenvolvimento Urbano e adequar o Plano Diretor aos Interesses da Coletividade;
  • Ampliar a Cobertura de Tecnologia da Informação (TI) e a Distribuição de Energia de Qualidade.

Indicadores

  • Construção do Índice de Atividade Econômica do município de Chapecó;
  • Índice de Confiança do Consumidor e/ou Índice de Felicidade;
  • Pesquisa Mensal de Emprego de Chapecó (PME), nos moldes do IBGE;
  • Indicador da Indústria;
  • PIB do município;
  • Produção agropecuária (IBGE);
  • Transferência de ICMS ao município (SEFAZ-SC);
  • Consumo de energia elétrica (CELESC);
  • Movimentação do emprego (MTE/RAIS);
  • Comércio exterior (MDIC);
  • Operações de crédito (BACEN);
  • Receitas públicas (TESOURO);
  • Licenças de construção (Habite-se);
  • Emplacamento de veículos (DETRAN);
  • Movimento de pessoas na rodoviária e aeroporto
  • IDH, Gini, escolaridade.
Chapeco 2030